deixando uma ponta pendente, sobe em diagonal e envolve o ombro direito e depois cai formando ondulações. Quando a parte da frente se encontra com a outra que vem das costas, elas se arregaçam presas ao centro logo abaixo da cintura e formam um nó ostentoso que deixa cair duas pontas. O manto segue descendo em maior volume pelo lado direito e cria sequentes dobras e pregas em camadas ao formar regaços em ondas ovaladas. Pára antes de chegar aos pés, deixa então aparecer a borda da túnica diáfana, peça mais sóbria em detalhes. A ponta do manto pendente no peito, as duas pontas que caem do nó e as camadas do manto arregaçado criam formas e contornos que se combinam e esteticamente se entrelaçam para aumentar a sintonia dos movimentos e prolongar o prazer visual proporcionado pela exuberância dos traços e detalhes perfeitos desenhados pelo formão do Benedito Santeiro este exímio e refinado escultor da arte sacro barroca do século XXI.

O gestual com o braço aberto empunhando a cruz, o rosto super expressivo e o panejamento com traços bem característicos do estilo barroco clássico mineiro são detalhes que se sobressaem e arrebatam o olhar de admiração surpreendido pelo esplendor e imponência da imagem do Nosso Senhor do Bom Fim.

Texto – Israel Matos